quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Os Tossafistas - Período dos Rishonim.

Após o falecimento de Rashi, em 1105, seu trabalho sobre o Talmud teve continuidade através de um grupo de eruditos, que foram denominados "Tossafistas" (suplementadores) , também conhecidos como "Baalê Ha-Tossafót" (mestres das Tossafót) (Tossafót ou Tosfót = adição, adendo), entre os quais alguns eram seus netos ou bisnetos como, por exemplo, os rabinos: Jacob ben Meir (Rabenu Tam) e Shemuel ben Meir (Rashbam).

Este grupo de Tossafistas chegou a cerca de 150 sábios, que viveram em França e Alemanha do XIIº ao XIVº século, e que com o término da era dos Gueonim Babilônicos, foram considerados os seus sucessores, tendo este período da história judaica ficado conhecido como Período dos Rishonim ("os Primeiros") .

As Tossafót são uma coleção de explicações e interpretações da Guemará, geralmente anotadas às margens do texto das Guemarót (plural de Guemará) pelos discípulos dos sábios durante as aulas. Eruditos de gerações posteriores editaram e organizaram essas anotações, e desde então elas foram incorporadas às edições do Talmud, nas margens externas das páginas da Guemará. Desta forma criaram um conjunto de comentários independentes dos de Rashi, onde abordam pontos não comentados por ele, ou até algumas vezes discordando dele.

O intuito dos comentários dos tossafistas foi:

1) selecionar entre os textos manuscritos, disponiveis na época, a versão mais correta.

2) organizar a ordem dos tratados e capítulos do Talmud considerando as conexões entre eles.

3) facilitar o esclarecimento de contradições ou dúvidas no texto, por meio da identificação do autor, se Tanaíta ou Amoraíta.

4) traduzir palavras de dificil compreensão do texto do Talmud, não vertidas para o hebraico, ou preencher lacunas não comentadas em trechos da Guemará.

5) solucionar problemas de lógica relativos à Guemará e à comentários do Talmud.

6) perante uma discussão haláchica (legal) decidir qual visão deve ser seguida, principalmente quando concernentes à temas de interesse prático para a época em que viviam.

7) fazer do Talmud um texto perfeito para ser usado como base da lei judaica, solucionando contradições da Guemará.

Além dos comentários dos Tossafistas que estão impressos nas margens externas das edições do Talmud, existem outras coleções de comentários que também foram chamadas Tossafót.