terça-feira, 25 de novembro de 2008

A "Presença Divina": os "Chetuvím" Os Escritos.

A 3ª categoria que compõe o "Tanach" (A Bíblia Judaica) são os "Chetuvím" (OsEscritos). Eles são produtos de uma comunicação sagrada mais suave, a "Presença Divina".


Os "Chetuvím" (Os Escritos) são compostos pelos livros:


* "Tehilim" Salmos, escritos pelo "Rei David".


* "Provérbios
- Sabedoria de Salomão"
................................último capítulo: "Eshet Cháyil" (A mulher virtuosa),

* "Jó"


* "Cântico dos Cânticos"


* "Ruth"
é lido em "Shavuot"


* "Eichá"
Lamentações, escrito por "Jeremias",
.....................lamento pela destruição do "Beit Hamicdash" (O Templo),
.....................é lido em 9 de Av,

* "Kohelet"
Eclesiastes,


* "Esther"
é lido em "Purim"


* "Daniel"


* "Esdras"
e "Nehemias", são considerados como um único livro,


* "Crônicas I e II"

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Neviím Os Porta-vozes do Divino.

A 2ª categoria dos livros que compõem o "Tanach" (ABíblia Judaica) são os "Neviím"(Os Profetas).
Eles estiveram presentes durante toda a história Bíblica, começando por Moisés, que foi o primeiro e o maior de todos eles.
O "Nabi" (O Profeta) falava em nome de D'us, era o porta-voz, o instrumento pela qual Ele fazia conhecer a Sua vontade. Ele trazia as comunicações de D'us, porém com suas próprias palavras.
Os "Neviím" (Os Profetas) eram considerados os mestres infalíveis com autoridade, já que eram homens a quem D'us dava a inspiração para se dirigirem ao povo, analisando os acontecimentos passados e contemporâneos, e anunciando antecipadamente o que sucederia futuramente, para instrui-los nos Seus caminhos.
As predições foram o aspecto de seu trabalho que mais impressionava o ânimo do povo, tanto que as profecias que aparecem na Bíblia são, em geral, o resumo daquelas feitas por eles.
Além de instruir o povo e proferir as predições, eles condenavam, ameaçavam, prometiam, mandavam e agiam.
O estilo profético assemelha-se muito ao estilo poético, sua linguagem quase sempre aproxima-se do sublime.
Os judeus denominaram "Profetas" aos seus autores "inspirados".

Foram chamados "Profetas Anteriores" aqueles das narrativas dos livros de:
* Josué,
* Juízes,
* Samuel I e II,
* Reis I e II,

Os três maiores, propriamente ditos, foram denominados "Profetas Posteriores":
* Isaías,
* Jeremias,
* Ezequiel,

Os demais ficaram conhecidos como "Os Doze Profetas Menores":
* Oséias,
* Joel,
* Amós,
* Ovadia,
* Jonas,
* Miquéias,
* Naum,
* Habacuc,
* Sofonias,
* Ageu,
* Zacarias,
* Malaquias.

O período profético encerrou-se com a morte de Malaquias.

"Torá Shebichtav" ( A Torá Escrita ) Sefer Torá, Chumash.

No ano judaico de 2448 Moisés recebeu, para o povo no Monte Sinai, a Torá.

Os Dez Mandamentos estavam escritos em duas tabuas de pedra, e Moisés escreveu a Torá em um Sefer Torá, um livro na forma de um rolo de pergaminho, a Torá Shebichtav (A Torá Escrita).

Hoje cópias do Sefer Torá meticulosamente escritas a mão, também sobre rolos de pergaminho por um Sofer (um escriba habilitado), são encontradas abrigadas nos Arón Hacódeshim (As Arcas Sagradas) de todas as Sinagogas.

Os Sifrei Torá (os Rolos Sagrados de Pergaminho) contém os Cinco Livros de Moisés (Pentateuco), que na forma de livro impresso também é conhecido por Chumash.

A Torá "stricto sensu" compõem-se dos Cinco Livros de Moisés que são:

* Bereshit (princípio) (Gênesis): relato da Criação, príncipio da história do mundo, patriarcas e matriarcas do povo judeu, começo da história do povo judeu.

*Shemót (nomes) (Êxodo): relato da saída do povo judeu do Egito, onde foram escravos, recebimento da Torá, construção do Mishkan (Tabernáculo).

*Vaikrá (E Chamou) (Levítico): Leis do Templo, sacrifícios, sacerdotes, pureza.

*Bamdibar (No Deserto) (Números): Peregrinação pelo deserto, Censo, rebelião de Corach.

*Devarim (Palavras) (Deuteronômio): A despedida de Moisés, Shemá, revisão da Lei.

domingo, 23 de novembro de 2008

"Tanach", A Bíblia Judaica.

O "Tanach", A Bíblia Judaica, compõem-se de três seções:

1) "Torá" "stricto sensu": Os Cinco Livros de Moisés, ou Chumásh, ou Pentateuco.

2) "Neviím": Os Profetas.

3) "Chetuvím": Os Escritos.

A palavra "Tanach" é um acrônimo dessas três categorias de livros que compõem a Bíblia Judaica.

A 1ª categoria representa a comunicação direta entre D'us e os humanos.

A 2ª categoria traz as comunicações de D'us porém com as próprias palavras dos Profetas.

A 3ª categoria é produto de uma comunicação mais suave: A "Presença Divina", também sagrada.

Antigo Testamento??? não ... para nós é o ùnico!

Os cristãos deram o nome Antigo Testamento à nossa Bíblia sem má intenção, porque acreditaram que a Aliança, entre o povo judeu e D'us, fora transferida para a "nova Israel" (segundo eles a Igreja), o que teria tornado a Bíblia Judaica "ultrapassada e obsoleta"; devendo então ser revisada e acrescida de um "Novo Testamento" em uma "nova versão revista e ampliada".
Para nós judeus, nossa Bíblia é preciosíssima e continua viva e sempre atual em todas as nossas gerações, é eterna e nunca será um "Antigo Testamento", para nós será sempre o único "Testamento".

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Posso rezar só de vez em quando?

Temos grande admiração pelos atletas olímpicos, eles treinam, treinam e treinam periodicamente, conseqüêntemente são recompensados, pois sua tenacidade e constância os levam a romper barreiras e a quebrar recordes.

A mesma postura deve ser adotada para aprender a falar com D'us. Reze, reze e reze!

Os judeus rezam três vezes ao dia:

1) Shaharit - reza da manhã.
2) Minhá - reza da tarde.
3) Maariv ou arvit - reza da noite.

Afinal a espiritualidade de nossa alma deve ser alimentada tal como alimentamos nosso corpo.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Mas..., vou agradecer pelo que?

Hodaá - oração de agradecimento.

Ah..., mas temos tanto a agradecer, começando pela energia vital que recebemos. Mesmo aqueles que passam a vida toda a reclamar, se pressionados, jamais concordarão em deixa-la.

Não há convivência pior do que com uma pessoa ingrata.

É bem verdade que D'us não necessita nossos agradecimentos, mas mesmo assim nunca devemos deixar de declararmos a Ele o quanto somos gratos por tudo que recebemos, tal como um Rabino Chassídico que costumava rezar:

"Meu D'us, Tu tens me dado tanto, mas eu ouso pedir-Te mais uma coisa: torne meu coração agradecido".

Mas..., posso pedir só um pouquinho?

Hacashá - oração de pedido.

Podemos pedir, mas, é necessário saber pedir, com inteligência.

"Há duas tragédias na vida. Uma é não conseguir o que desejamos. A outra é conseguir".
George Bernard Shaw, escritor inglês (1856 - 1950).

Quantas vezes nos aborrecemos por algo que muito desejavamos e não conseguimos, mas a medida em que o tempo passa vamos nos conscientizando de que, assim sendo, nos livramos de complicações terriveis.

Mas, o pior é quando conseguimos aquele algo por que tanto ansiavamos, apenas para deplorarmos os inconvenientes colaterais, que transformaram nossa vida num inferno.

"Eu vivo agradecendo a D'us por todos os meus pedidos que Ele não atendeu".
Jean Ingelow, poeta inglês (1820 - 1897).

Por tudo isso, no judaismo rezamos:

"Por favor, realize os desejos de nosso coração para o bem, pois Tu sabes o que é melhor para nós, então faça o que Tu achares melhor"

Então, mesmo não tendo recebido o que desejavamos, ainda assim saberemos que nossos pedidos foram atendidos.

Mas..,. se Ele não necessita, por que louva-Lo?

Shevách - oração de louvor.

"A procura por D'us contém a procura por nossa própria medida, é um teste para o nosso próprio potêncial espiritual" Rabino Avraham Joshua Heschel (1907 - 1972) teólogo, professor do Jewish Theological Seminary, em Nova York.

Mais uma vez a necessidade é nossa e não de D'us, é evidente que Ele não necessita de nossos louvores, mas, louvando-O vivificamos nossas almas, despertando-as para a sacralidade, que permeia todo o nosso ambiente.

E ainda mais, louvando-O identificamos Suas qualidades Divinas, taes como, Sua retidão, Sua misericórdia, Sua justiça, Sua compaixão, etc., e as adotamos como objetivos que ansiaremos também por atingir.

Se eu quiser falar com D'us...

Se eu quiser falar com D'us posso escolher, conforme minha intenção, entre três diferentes maneiras de rezar:

1) Shévach - oração de louvor.
2) Hacashá - oração de pedido.
3) Hodaá - oração de agradecimento.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Rezar por que, p'ra que?

Somos pessoas do século XXI, cultas, temos curso superior; somos responsáveis, trabalhamos em grandes corporações, gerenciamos negócios importantes; somos inteligentes, usamos sempre a razão cartesiana (Ah! Nisso somos ótimos...! Então façamos uso dela):

O Eterno, que criou e mantém este extremamente complexo universo, não saberia quais são as nossas necessidades, nossas aspirações, nossas inquietações, nossos sofrimentos?

Seria necessário que pedissemos a Ele pela satisfação de nossas carências; estaria Ele permanentemente à nossa disposição para providênciar o atendimento de nossos desejos?

Além disso, se não recebemos o que necessitamos, ou desejamos, não seria porque Ele assim o determinou? E mais ainda, não estariamos sendo petulantes e extremamentes arrogantes solicitando aquilo que Ele, em sua infinita sabedoria, já decidira que não teriamos?

E quanto as orações de louvor, será Ele tão egocêntrico a ponto de necessitar ouvi-las?

Bem, vamos ver o que nos propõe o judaismo perante estes questionamentos:

Em hebraico rezar é "lehitpalêl", que significa "julgar a si mesmo com verdade", é portanto, algo que influi sobre nós mesmos, que faz com que nos tornemos mais espiritualizados, é uma auto-reflexão, que faz com que encaremos nossas vidas com a consciência de que D'us existe.

Mais do que implorar (o que para o judaismo é despropositado), rezar é estar com, quando rezamos estamos com D'us e permanecemos em Sua presença, e quanto mais estivermos com Ele mais estaremos sob Sua influência. "Diga-me com quem andas e te direi quem és"

Rezar, portanto, não é um esforço para convence-LO a mudar Sua vontade e dar-nos o que não temos recebido.

Pedir a D'us não pode ser uma desculpa para a acomodação,
"D'us só ajuda a quem se ajuda!"

Ao rezarmos nos tornamos, em todos os aspectos, pessoas melhores e poderemos vir a ser merecedores de ter nossas orações atendidas, porque rezar é um processo de auto-transformação, que desenvolve nossa própria força de vontade para nos sintonizarmos com D'us, de tal forma que possamos mudar a nós mesmos e sermos capazes de encontrar o que sempre esteve a nossa disposição.

"Rezar tem o duplo encanto de elevar-nos até D'us e de trazer D'us até nós" Rabino Benjamin Blech - "Prêmio Educador Norte-Americano do Ano"

domingo, 2 de novembro de 2008

As 365 Mitzvot Negativas ou "não farás"

Mitzvot Negativas ou "não farás" são em número de 365, pois:
" recusar-te-a a fazer o mal os 365 dias do ano".

As 365 Mitzvot Negativas ou "não farás" abrangem os seguintes temas:

1) 59 sobre a idolatria.
2) 29 sobre os Deveres para com D'us.
3) 83 sobre as Oferendas.
4) 38 sobre as Proibições Alimentares.
5) 19 sobre o Cultivo da terra.
6) 42 sobre os Deveres para com os Semelhantes, os Pobres, e os Empregados.
7) 49 sobre a Autoridade da Corte de Justiça.
8) 10 sobre os Festivais.
9) 32 sobre as Leis do Casamento.
10) 4 sobre a Ética dos Governantes.

As 248 Mitzvot Positivas ou "farás" (tudo isso?).

As Mitzvot Positivas ou "farás" são em número de 248, pois: "usarás as 248 partes que compõem o teu corpo para realizar os teus deveres para com D'us e para com teus próximos".

Não fique assustado, as mitzvot incondicionais, ou seja, aquelas que todo adulto, obrigatóriamente, deve cumprir, em todos os tempos, em qualquer lugar, em qualquer circunstância, são em número de apenas 60, desde que ele esteja enquadrado nas mesmas circunstâncias que a maioria, ou seja: que alimente-se de pão e carne, que se case, que procrie, que negocie e que more na cidade, não é muito, não é? Já as mulheres, que tradicionalmente assumem o trabalho doméstico e o cuidar dos filhos, são dispensadas de 14, tendo que cumprir apenas 46 mitzvot, que compõem seu pacto específico.

Das 188 mitzvot restantes algumas foram obrigatórias apenas durante a existência do Bêt HaMikdash (Templo), como as ofertas dos festivais, o comparecimento diante do Eterno, a reunião do povo, etc.
Alguns preceitos são obrigatórios coletivamente para toda a congregação de Israel, mas não individualmente para cada pessoa.
Outros preceitos eram e são obrigatórios apenas para quem tem bens, quem não tem fica isento, mas isto não aplica-se à tzedaká (justiça social) pois até mesmo um pobre, que vive de recebe-la, deve ajudar a outro mais necessitado que ele.
Outras mitzvot são aplicáveis apenas àquele que realizou determinada ação, ou a quem aconteceu algo.
Porém é possível que uma pessoa passe toda a sua vida sem que chegue a estar sujeito à esses preceitos.

As 248 Mitzvot Positivas ou "farás", abrangem os seguintes temas:

1) 19 sobre a Crença em D'us.
2) 76 sobre o Santuário.
3) 18 sobre a Purificação.
4) 39 sobre os Dízimos e as Orações.
5) 18 sobre os Festivais.
6) 23 sobre a Ética do Estado.
7) 16 sobre os Deveres para com os Semelhantes.
8) 14 sobre os Deveres para com a Família.
9) 8 sobre a Aplicação das Leis Criminais.
10) 17 sobre o Direito de Propriedade.

As 613 mitzvot (preceitos, ensinamentos ou mandamentos).

A Torá contém 613 artigos de lei, conhecidos como as 613 mitzvot (preceitos ou mandamentos).
O conjunto dos preceitos está relacionado à três aspectos:
* às opiniões,
* à moral, e
* à prática dos deveres sociais,
e objetiva levar os humanos a conseguir o ideal da perfeição do corpo e a da alma.
Cada um dos preceitos procura atingir um ou mais dos seguintes intuitos:
* inculcar as atitudes corretas,
* corrigir algumas concepções errôneas,
* definir uma legislação justa,
* banir injustiças,
* infundir virtudes exemplares,
* eliminar inclinações nocivas.

As 613 mitzvot estão divididas em dois grandes grupos:

1) Mitzvot Positivas ou "farás" em número de 248, pois:
"usarás as 248 partes que compõem o teu corpo para realizar os teus deveres para com D'us e para com teus próximos".

2) Mitzvot Negativas ou "não farás" em número de 365, pois:
" recusar-te-a a fazer o mal os 365 dias do ano".

Observe-se que todas as obrigações e advertências da Torá referem-se à:
* opiniões;
* atos;
* traços de carater taes como:
benevolência, misericórdia, piedade, rancor, vingança, recompensar o mal, e amor, pois
"E amarás o teu próximo como a ti mesmo" Vayicrá (Levítico) 19:18.
* o que se diz:
expressar nossa gratidão a Ele, orar a Ele, confessar os pecados, e outros temas correlatos;
ou nos alerta quanto a dizer certas coisas:
falso juramento, intriga, falar mal dos outros, amaldiçoar, etc.