Cumprir uma regra útil, cegamente de forma automática, sem considerar as transformações circunstânciais que possam ter ocorrido e prejudicado seu objetivo, é trair o princípio básico da lei, da sua essência, do seu espirito. É proceder como um animal irracional, é desprezar a capacidade intelectual que D'us deu ao homem, já que o fez à sua imagem e semelhança, ou seja, é trair ao próprio Eterno!
Quando Rabi Iehuda haNassi, tendo em vista a perseguição e consequênte dispersão dos judeus, determinou que a Mishná fosse escrita, transgrediu uma regra útil, porém menor, para que algo maior e prioritário fosse respeitado, o estudo adequado da Torá por todos os judeus.
Acontecimentos semelhantes ocorreram diversas vezes na história judaica, pois o judaismo não é extático, cristalizado, fossilizado, é um modo de vida dinâmico, em que seus eruditos debatem, analisam, decidem e ensinam como ser judeu obediente ao cerne dos ensinamentos da Torá, em qualquer época e sob qualquer circunstância nova!
Por essa postura, característica do judaismo, o fundamentalismo cégo, torpe e bestial jamais vicejará em seu povo!
Mas por favor, jamais entenda estas palavras como uma licença, pretexto ou incentivo, para que uma pessoa individualmente ou a seu bel prazer, para satisfazer seus impulsos ou idéias, altere ou abandone o cumprimento de uma mitzvá ou ensinamento da Torá.
Apenas os eruditos da Torá, com autoridade adequadamente reconhecida pelas instituições, podem coletivamente, após exaustivos estudos e debates, determinar qualquer alteração, por mais insignificante que possa parecer, no cumprimento da Lei.
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